Lomadee


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Prefeito consulta o jurídico sobre revogação de licenças de camelôs Proposta foi feita pelo MP e prevê também novo local para camelódromo

O prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), aguarda o parecer da Secretaria de Assuntos Jurídicos para decidir se acata a revogação das licenças dos camelôs instalados na região central da cidade, como propôs o Ministério Público. No lugar da licença a título precário, foi proposta à Tereza Dóro, presidente da Setec (Serviços Técnicos Gerais), autarquia  responsável pelo uso do solo na cidade, uma autorização individual para a ocupação de boxes, além da transferência de todos para um novo galpão. O encontro com a Promotoria foi segunda-feira (18).
Após a decisão do prefeito, as propostas serão encaminhadas de volta aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O MP explica que a revogação é necessária porque as licenças dos camelôs foram concedidas há muito tempo, na gestão da ex-prefeita Izalene Itiene (PT). A Promotoria investiga venda de produtos pirateados e contrabandeados no camelódromo de Campinas.
Remoção
A Setec retirou mais dez barracas vazias ou que servem de depósito no camelódromo de Campinas na tarde de terça-feira (19). Na semana passada, uma outra operação removeu sete boxes dos camelôs com o apoio de cerca de cem guardas municipais.
Os boxes foram levados para um terreno no Cemitério dos Amarais. De acordo com a prefeitura, a remoção das bancas vai continuar, mas segue um ritmo lento porque há dificuldades operacionais. O trabalho está restrito à mão-de-obra de funcionários da prefeitura porque não foi possível o apoio de uma empresa terceirizada.
A previsão é que mais 15 barracas sejam retiradas nesta quarta-feira.
Entenda o caso
Na semana passada, a EPTV mostrou uma denúncia feita por um camelô, que citou um fiscal da Setec, que receberia propina dos comerciantes.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Vendedor de sucesso


Gambare! mostra como foi a palestra de David Portes, o ex-camelô que saiu do aperto e virou um superempresário



Recentemente David Portes, o ex-camelô que se tornou um empresário bem-sucedido, esteve em 
Gambare!Gunma e Aichi para dar suas palestras bem humoradas, dinâmicas e empolgantes. Foi um sucesso! Suas apresentações parecem um programa de auditório. Tanto que o sonho do ex-camelô é ter um programa de TV. Ele brinca:
– Silvio Santos que se cuide!
A julgar pelas vitórias de David, o proprietário do SBT, conhecido como o camelô mais famoso do Brasil, tem motivos para se preocupar.
Clientes
A história do camelô foi reportagem de capa de Gambare! na edição 53. Ele virou destaque no Brasil quando ainda era um anônimo que transformou 12 reais emprestados em 24 reais, vendendo doces na rua em poucas horas. O capital inicial deveria ser usado para comprar medicamentos para a mulher que não estava bem de saúde. Hoje ele tem renda de 100 mil reais mensais. David veio para o Japão falar sobre marketing aos brasileiros. “O melhor marketing é você. Precisa,     portanto, ser honesto e transparente. Os clientes gostam de confiabilidade, gostam de se sentir protegidos”, ensinou o camelô, que estudou até a sétima série e aprendeu as regras da boa venda no dia-a-dia. Em contrapartida, o filho Tiago cursa faculdade de propaganda e marketing atualmente. “É uma alegria ver meu filho estudar marketing”.
O camelô foi descoberto pelo jornalista Ricardo Boechat, que na época trabalhava no jornal O Globo. David contou que o jornalista parou no drive-thru da barraca e fez o pedido de uma mercadoria. Quando Boechat ia embora, o vendedor ambulante pediu para preencher um cupom que teria direito a concorrer a um prêmio. “O jornalista desceu do carro e achou boa a idéia escrevendo a respeito no jornal. No dia seguinte estava cheio de jornalistas e eu estava concedendo a primeira entrevista coletiva”, lembrou. Hoje em dia, grandes empresas como Shell, Volkswagen, Telefonica, Embratel estão na lista desse marketeiro de mão cheia. Depois do Japão, o ex-camelô ainda vai para Espanha e Portugal ministrar palestras em faculdades locais e, em dezembro, receberá o prêmio Top Empreendedor, que premia as iniciativas empreendedoras de empresas e pessoas. O sucesso ocorre quando as pessoas trabalham no que gostam. “A vida é dura para quem é mole”, sentencia.
As nove etapas do sucesso comercial
1. vender é emoção
É preciso vender confiança, dar bom dia ao cliente com sorriso verdadeiro, amar o cliente.”
2. Honestidade 
“Muita gente do tráfico tentou me aliciar para vender droga, mas não aceitei. Tenho fé e cheguei a vender latas de alumínio recolhidas na praia do Rio de Janeiro para comprar um prato de comida.”
3. Poupar dinheiro 
“Meu irmão sempre falava que precisava separar o dinheiro do mês em três partes para repor mercadorias, pagar as contas e guardar para a poupança. Com essa terceira parte comprei uma casa e fui aumentando os bens materiais. Caso perca tudo, volto a ser camelô nova-mente, sem problemas.”
4. Atitude 
“Na palestra, fiz uma brincadeira sobre quem queria 20 dólares. A maioria somente levanta a mão. As pessoas precisam ter atitude. Deixe para sonhar à noite. De dia, a vida é dura, sendo necessário persistir. Ganhou os dólares quem primeiro teve a iniciativa de se apresentar no palco.”
5. Concorrência 
“Depois do sucesso inicial, a barraca começou a enfrentar a concorrência e a saída foi inovar. Tinha de ser ousado. Criar diferrencial no atendimento ao cliente. Assim surgiu o primeiro gesto de marketing, com distribuição de prêmios.”
6. Promoções 
“A minha barraca parabeniza os clientes no dia do aniversário de cada um e avisa que o cliente pode retirar bombom grautuitamente nessa data. É sempre inventar promoções. Tem lojista que nem sabe que existe o Dia do Cliente (15 de setembro).”
7. Banco de dados do cliente 
“No canhoto dos cupons de uma promoção, os clientes preenchiam seus dados e estava criado o banco de dados. Hoje são cinco mil clientes cadastrados pela banca. Isso serve para fazer o pós-venda, ajudando na fidelização do cliente. Houve aumento de 42% nas vendas”
8. Drive-Thru
“Na época que esse serviço foi criado, apenas uma rede famosa de lanchonetes oferecia esse diferencial. Mandava meu irmão entregar os pedidos dos clientes. O setor de refrigerado, por exemplo, eram três caixas de isopor. A gente leva as bebidas com canudo para o cliente.”
9. Parcerias 
“A minha primeira parceria foi com uma empresa de aviação que ofereceu uma viagem do Rio de Janeiro a Miami para quem participasse da promoção na banca. Na época nem sabia o que era parceria. A cada quatro reais, o cliente recebia um cupom. Foram 15 mil cupons, com lucro de 23 mil reais. A parceria também foi boa para a empresa porque ela apareceu em reportagens, inclusive numa revista americana.”