Lomadee


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CAMELÔ – Origem do apelido

Vendedor ambulante é o indivíduo que anda pelas ruas de cidade em cidade, nas feiras e em lugares públicos de maior movimento, a vender suas mercadorias. No século 12, esses vendedores andantes que exerciam suas atividades nas ruas de Paris, França, ofereciam aos que passavam pelas vias públicas daquela cidade, um tipo de tecido feito com pele de camelo, muito apreciado pela população por ser extremamente macio, brilhante e oferecer excelente proteção contra o frio rigoroso das noites de inverno.


Esse material era importado do norte da África e do Oriente Médio, onde tinha o nome de “khmalat” , com significado de tecido rústico e felpudo, mas como ele era difícil de ser pronunciado pelos europeus, acabou ganhando en-tre os parisienses o nome de “camelot”, que identificava tanto a mercadoria colocada à venda como também os vendedores que a ofereciam.

Muitas vezes, porém, as peças negociadas por esses vendedores ambulantes não eram verdadeiras, mas apenas imitações baratas feitas com pele de cabra, o que só mais tarde era descoberto pelos compradores. Por causa disso os enganados passaram a afirmar, e com justa razão, que os itinerantes eram, na realidade, negociantes de produtos falsificados, convicção que a partir daí se incorporou à fama desse tipo de comerciantes de rua e permanece viva até hoje.


As variações ocorridas na língua francesa provocaram no século 17 o surgimento do verbo “cameloter”, que significava “vender objetos sem valor, ou tratar os outros com pouca educação e cortesia”, e por isso traduzia o sentido extremamente pejorativo que se emprestava a essa forma de procedimento. Decorridos mais dois séculos, registrou-se nova alteração na palavra, quando a variação “camelote” passou a ser usada pela população para designar a “mercadoria grosseira e de acabamento inferior” que supostamente era oferecida pelos vendedores ambulantes à sua clientela.

Esse vocábulo só chegou ao Brasil no início do século 20, mantendo o mesmo sentido depreciativo com que era usado na França de oitocentos anos atrás. Talvez, por isso, o abrasileirado “camelô” venha sendo substituído pela expressão “ambulante”, que ao contrário do que seu sentido indica, identifica os barraqueiros que hoje trabalham em locais fixos, e contam até mesmo com dirigentes que controlam sua organização e funcionamento.

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