Lomadee


sábado, 4 de dezembro de 2010

A FANTÁSTICA HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS

 História de vida do homem mais conhecido do País tem passagens que poucos conhecem. Saiba como foi a trajetória do Homem do Baú
               Silvio Santos, um homem que seis décadas depois, aquele por quem ninguém daria um tostão estava no alto do carro alegórico da Tradição, no domingo de Carnaval, abrindo o desfile em sua homenagem. Quando o abre-alas entrou na concentração, Silvio Santos (nome artístico do Senor Abravanel) ficou petrificado com a cena que viu: o Sambódromo, em peso, gritava o seu nome. Por alguns instantes, toda a sua trajetória de sucesso passou por sua memória. Silvio levou alguns segundos para se recompor e voltar a acenar para a multidão. Nas arquibancadas, muitos usavam uma máscara com o seu rosto, mas nem de longe sabiam como o menino travesso havia virado o homem que mais paga impostos no Brasil.
              O moleque era um zero à esquerda na escola, faltava à maioria das aulas e encarnava um pestinha com os colegas. Silvio, desse jeito você não vai ser ninguém na vida. Só pensa em futebol. Por ironia do destino, essa era a frase que Senor Abravanel, aos 12 anos, ouvia diariamente de sua professora de 5ª série, Maria Lourdes Bruce, da Escola Primária Celestino da Silva, na Rua do Lavradio, Centro do Rio.
              A ladainha era sempre a mesma, já que Silvio gostava mais de falar do que de estudar. Era comum ver o menino contar histórias para os alunos sobre a atuação dos times de futebol. Silvio é torcedor do Fluminense.
              As travessuras de Cenourinha, apelido dado por colegas de Silvio, pelo diminutivo de Senor, não se limitavam à sala de aula. Sua mãe, Rebecca Abravanel, vivia atrás do menino, com chinelo na mão, pelas ruelas da Vila Rui Castro, na Travessa Bentevi, no Centro, onde ele nasceu. Silvio brincava horas com os amigos, na rua, e não dava sossego à Dona Rebecca. Ele era um capetinha. Não havia quem o controlasse, apesar da rigidez da mãe, lembra Lydia Marques da Silva, 68 anos, colega de turma de Silvio e vizinha na Vila Rui Castro.
              O temperamento intempestivo de Rebecca vem do sangue. Turca, trazia a rédeas curtas Silvio e os outros cinco filhos (Beatriz, Sara, Leon, Perla e Henrique). Rebecca conheceu o pai de Senor no Rio.
              Alberto Abravanel deixou a Grécia, onde nasceu, fugindo do serviço militar. Procurou refúgio na França, mas acabou preso em flagrante e expulso por trabalhar como camelô. Num mar de incertezas, o jovem embarcou em um navio para o Brasil, onde acabou constituindo a família Abravanel. Com o dinheiro ganho no trabalho como intérprete e guia turístico, no porto, graças às línguas que dominava, Alberto comprou uma lojinha, na Praça Mauá, onde vendia souvenirs. A família era considerada remediada.
              Mas tudo começou a desandar quando o pai se viciou no jogo. Nos salões dos cassinos, Alberto perdeu a única fonte de renda. Irritado, Silvio deixou a escola, por dois meses, e passou ganhar dinheiro apostando com jogadores de sinuca, nos bares da Lapa. Apesar do esforço e da persistência, o trabalho complicava a vida escolar de Silvio, que nem sempre conseguia ir às aulas. No terceiro ano básico, quando tinha 19 anos, das 459 aulas previstas no currículo, ele faltou a 234. Ou seja: 51%.
              Para se divertir, Silvio usava a imaginação e driblava a falta de dinheiro com travessuras. Desde os 12 anos, nos cinemas da Cinelândia, ele e o irmão Léo entravam pela saída das sessões, para não pagar ingresso.
              No Odeon, nós nos infiltrávamos entre o público que saía e caminhávamos em sentido contrário, andando para dentro do cinema, contou Silvio. O dinheiro economizado com os ingressos era gasto em outra mania de Silvio: ele colecionava figurinhas que vinham em balas.
              O cinema realmente fascinava Silvio. Ainda mais a série O Vale dos Desaparecidos, todas as quintas-feiras, no extinto Cine OK. Era a única sessão em que ele pagava para entrar. Não podíamos correr o risco de não poder entrar de carona. No Cine OK, nossa pilantragem não dava certo, porque o porteiro e o guarda de serviço já nos conheciam, recorda Silvio, no livro.
              Foi numa dessas tardes de quinta-feira que a estrela de Silvio começou a brilhar. Gripado e com febre alta, ele foi impedido pela mãe de sair de casa para assistir a seu seriado preferido. Ficou arrasado e chorou. Mas a palavra da mãe prevaleceu. Pouco depois, ele descobriu que havia escapado da morte. O Cine OK pegou fogo e muitos espectadores ficaram feridos. Foi o primeiro de uma série de golpes de sorte na vida de Silvio Santos.
               Aos 14 anos, Silvio descobriu que podia ganhar dinheiro vendendo capas de plástico para título de eleitor. Silvio Santos, dava o pontapé inicial para construir o seu império, decidiu ganhar a vida como camelô. Comprou uma carteira para guardar título de eleitor e saiu pela rua dizendo que era a última. Vendeu de imediato. Com o lucro, comprou mais duas peças. “É a última”, alardeava, escondendo a outra no bolso. Esperto, o garoto havia descoberto o filão na Avenida Rio Branco.
              Há dias observara os camelôs em ação, e queria encontrar uma maneira de ganhar dinheiro, sem muito esforço. Chamou-lhe atenção um homem que vendia porta-título a rodo. À espreita, seguiu o vendedor para descobrir onde se conseguia a mercadoria a preço de banana.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Vendedores ambulantes de livros Rio de Janeiro, RJ

Geralmente são reconhecidos pelos panos estendidos no chão, cheios de livros em cima. Estão espalhados tanto pela Zona Sul como pelo Centro.

onde fica
Por todo o Rio, principalmente em Copacabana, Ipanema, Leblon e no Centro.
por que ir
Porque têm de tudo e sempre estão dispostos a pechinchar. Não se pode cobrar a conservação de um livro de sebo, mas muitas vezes se pode achar uma raridade a preço de banana. Alguns chegam a disponibilizar qualquer título a R$ 1! Pode ser a sua leitura da tarde naquele dia ou a raridade que faltava na sua coleção. É sempre bom parar e dar aquela conferida, mas não custa - claro - sempre ficar atento: não é incomum ter algum malandro rondando, principalmente no Centro. Todo cuidado é pouco.
quando ir
Em dias de céu limpo. Se a chuva ameaça aparecer, nem adianta procurá-los - eles não estarão por lá.
quem vai
Quem gosta de livros e tem um escorpíão no bolso, colecionadores em busca de raridades, gente que quer um livrinho pra matar o tempo, curiosos.
quanto custa
A partir de R$ 1, o livro.

Desemprego provoca subida do número de vendedores ambulantes

Cresce a olhos vistos o número de vendedores ambulantes na capital do país, são jovens vendendo bugigangas para garantir o seu sustento e das suas famílias, alguns deles escolarizados outros nao e na sua maioria provenientes de varias províncias do país, que estao em Maputo a busca de outras oportunidades de vida.

Jorge Alfredo Tembe de 28 anos de idade, é casado e pai de dois filhos, vive no bairro de Matendene arredores da cidade de Maputo, vende no centro da cidade acessórios de telemoveis já a 3 anos. O nosso interlocutor diz nunca ter tido oportunidade de ir á escola, daí que as oportunidades de emprego formal para ele sao raríssimas, diz ele que gostaria de ter estudado pelo menos iria ter uma formacao profissional para poder trabalhar, lamentou.

Jorge vende os seus produtos na baixa da cidade de Maputo por ser um local de grande concentração de pessoas. Em média, Jorge tem um lucro diário de 100 Meticais o que não chega a ser nada se comparado com suas necessidades diárias. Aliado a isto, vezes sem conta não conseguimos vender nada e encasa morre-se de fome, disse.

Questionado se os seus filhos frequentavam ou não a escola, o nosso entrevistado disse que eles não podem nem devem ser como o pai, eles vão á escola, o mais velho frequenta a 3ª Classe e a mais nova está na 1ª Classe.

Amargamente o nosso interlocutor, lembra-se de um episódio em que a Polícia Municiapal, frustrou o seu negócio e quase que não conseguia dinheiro para comprar material escolar para os seus filhos, não fosse o empréstimo concedido por um amigo seu lembro-me, foi no dia 23 de Dezembro de 2007, a Polícia arrancou-me tudo e fiquei na estaca zero aliás a actuação da Polícia Municipal é vista por este jovem como um dos grandes entraves no negócio.

Para terminar Jorge Alfredo Tembe disse esperar que o governo crie oportunidades de formação e emprego para nós jovens porque a vida está difícil, rematou.

Como este são tantos jovens que diambulam diariamente pela cidade a busca do seu pão, as vezes com e tantas outras sem sucesso. O emprego informal é tido como alternativa pese embora não seja seguro, mas para não virarem amigos do alheio, jovens, mulheres, crianças e velhos tem na venda de bugigangas a sua fonte de renda.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CAMELÔ – Origem do apelido

Vendedor ambulante é o indivíduo que anda pelas ruas de cidade em cidade, nas feiras e em lugares públicos de maior movimento, a vender suas mercadorias. No século 12, esses vendedores andantes que exerciam suas atividades nas ruas de Paris, França, ofereciam aos que passavam pelas vias públicas daquela cidade, um tipo de tecido feito com pele de camelo, muito apreciado pela população por ser extremamente macio, brilhante e oferecer excelente proteção contra o frio rigoroso das noites de inverno.


Esse material era importado do norte da África e do Oriente Médio, onde tinha o nome de “khmalat” , com significado de tecido rústico e felpudo, mas como ele era difícil de ser pronunciado pelos europeus, acabou ganhando en-tre os parisienses o nome de “camelot”, que identificava tanto a mercadoria colocada à venda como também os vendedores que a ofereciam.

Muitas vezes, porém, as peças negociadas por esses vendedores ambulantes não eram verdadeiras, mas apenas imitações baratas feitas com pele de cabra, o que só mais tarde era descoberto pelos compradores. Por causa disso os enganados passaram a afirmar, e com justa razão, que os itinerantes eram, na realidade, negociantes de produtos falsificados, convicção que a partir daí se incorporou à fama desse tipo de comerciantes de rua e permanece viva até hoje.


As variações ocorridas na língua francesa provocaram no século 17 o surgimento do verbo “cameloter”, que significava “vender objetos sem valor, ou tratar os outros com pouca educação e cortesia”, e por isso traduzia o sentido extremamente pejorativo que se emprestava a essa forma de procedimento. Decorridos mais dois séculos, registrou-se nova alteração na palavra, quando a variação “camelote” passou a ser usada pela população para designar a “mercadoria grosseira e de acabamento inferior” que supostamente era oferecida pelos vendedores ambulantes à sua clientela.

Esse vocábulo só chegou ao Brasil no início do século 20, mantendo o mesmo sentido depreciativo com que era usado na França de oitocentos anos atrás. Talvez, por isso, o abrasileirado “camelô” venha sendo substituído pela expressão “ambulante”, que ao contrário do que seu sentido indica, identifica os barraqueiros que hoje trabalham em locais fixos, e contam até mesmo com dirigentes que controlam sua organização e funcionamento.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

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Vendedores aproveitam eleição para faturar mais Doces, biscoitos e milho cozido mata a fome de quem votou

Vendedores ambulantes aproveitaram o segundo turno da eleição para ganhar um dinheiro extra neste domingo (31), em Campinas.Eles se posicionaram na porta das escolas que são locais de votação.“Vou ficar até umas quatro horas da tarde.
Se eu vender tudo dá para ganhar uns R$ 200”, disse Valdir Pereira da Silva Filho, de 38 anos, que vendia milho, curau e bolos na porta da escola Francisco Glicério, na Avenida Moraes Sales, no centro. Fábio Menezes também vendia os mesmos produtos, mas na porta da escola Carlos Gomes, na Avenida Anchieta.
“Depois das 10h é o melhor horário para vender porque enche de eleitores. Minha família é tradicional em vender milho no dia da eleição. São parentes e amigos”, disse o vendedor.No distrito de Barão Geraldo, o casal Vitor e Vera Lúcia Martins vendia biscoitos caseiros e doces. “Dá para vender bem nestes dias”, Afirmou o vendedor Vitor Martins.

Por que os vendedores ambulantes são chamados de camelôs





Tudo indica que esse estranho apelido nasceu nas ruas da França. No século 12, a palavra camelot - provavelmente, uma modificação do árabe khmalat, que significava "tecido rústico e felpudo" - entrou para o vocabulário francês para designar um tipo de tecido feito com pêlo de camelo. Importado de países do norte da África e do Oriente Médio, o produto era muito apreciado por sua textura macia, pelo brilho e por ser um bom isolante térmico. "No comércio de Paris, esse tecido popular era anunciado aos berros pelos vendedores, que foram batizados com o nome da mercadoria que vendiam. O problema é que, muitas vezes, o pêlo de camelo não passava de uma imitação barata de pêlo de cabra. Assim nasceu o sentido que associa o camelô a um vendedor de produtos falsificados", afirma o etimologista Deonisio da Silva, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Mais tarde, variações na língua francesa assimilaram o sentido pejorativo com o verbo cameloter.
Registrado pela primeira vez no século 17, o termo significa "vender quinquilharias ou proceder sem polidez". Dois séculos depois, a palavracamelote foi usada com o sentido de "mercadoria grosseira, de acabamento insuficiente". Da França, o vocábulo cruzou o oceano Atlântico e aportou no Brasil, no início do século 20, onde manteve o sentido depreciativo.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vendedores Ambulantes - Uma tradição que desaparece.

Vendedores ambulantes

Vendedores ambulantes; uma tradição que desaparece da Cidade Maravilhosa. Substituídos pelos sofisticados camelôs, os vendedores ambulantes, toda uma gama de tipos populares, estão cada dia se afastando mais do centro da cidade, expulsos pelo progresso. Nos subúrbios e mesmo em alguns bairros, estes vendedores ainda nos fazem recordar com seus pregões, o nosso tempo de calças curtas.
Vassoureiro, garrafeiro, sorveteiro, funileiro, o homem do periquito e tantos outros, faziam e ainda fazem de sua profissão a alegria de muita gente. Seus pregões, suas melodias de vendas, eram e são tão simples como eles, mas seu efeito publicitário persiste por muito: quem não sente desejo de comprar sorvete, ao ouvir um dos remanescentes sorveteiros, a anunciar em versos de pé quebrado, o "geladinho" de coco e de abacaxi?
Até o final da segunda guerra, os vendedores ambulantes dominavam a Cidade Maravilhosa.
Era o homem que comprava garrafas e jornais, o que vendia vassouras, o que consertava panelas, o que, com o seu periquito verde, vendia a sorte para as mocinhas desejosas de encontrar príncipes encantados. Havia sempre quem fosse à sua porta para vender ou comprar alguma coisa. Mas os tempos passaram-se. O progresso caminhou mais rápido que a tradição, e foi aos poucos expulsando estes tipos. Muitos se retiraram para os bairros e suburbios mais longínquos, onde até hoje se pode ouvir os seus pregões; outros, preferiram se estabelecer.
Nacionalidades
A nacionalidade também influi na especialidade. Peixeiro por exemplo, só italiano; garrafeiro só português; sorveteiro um nacional, um baiano que saiba bem preparar um sorvete de coco.
É interessante observar como ainda hoje se mantém certas tradições de nacionalidades entre os vendedores ambulantes. O amolador de facas, que empurra o cavalete com a pedra de amolar, é sempre um italiano; o jornaleiro, também. Os portugueses preferem atividades como vender frutas e legumes, gelo, flores e plantas.
Os judeus dão sua preferência ao comércio de venda e compra de roupas. Quem ainda não ouviu o clássico pregão do homem que compra tudo. Este ramo pertence, sem dúvida alguma, aos judeus. E ninguém tenta roubar-lhe o campo. Mesmo porque não saberia esta difícil arte de comprar sapatos velhos para depois vendê-los.
Mas também ninguém, que não fosse brasileiro, teria a ousadia de vender quitutes baianos ou sorvetes ou amendoim torrado.
Portanto, nesta questão de comércio ambulante, não há perigo de concorrência. Há lugar para todos, desde que o "rapa" permita.
Pregões
Os pregões dos vendedores ambulantes é outra faceta desta tradição. Mesmo sem conhecer o português, muitos foram vendedores ambulantes que nos legaram belíssimos pregões que fariam inveja a muitos criadores de jingles. Quem não se lembra dos vendedores de laranjas, quando se vendia a fruta ao cento por cinco ou dez mil réis. O caminhão transbordando de laranjas, parava numa esquina. O vendedor, em pleno pulmões, anunciava a sua presença: "Olha a laranja, dona Teresa, Traga a sacola pois vou embora". Na verdade, não havia rima, entretanto, sabia dar ritmo, sabia musicar os seus jingles.
Nas músicas de Carnaval
Os vendedores ambulantes também já serviram de temas a muitas músicas de Carnaval. Por volta de 1937 ou 1938, Dircinha Batista gravou uma marchinha que foi grande sucesso: O periquitinho verde. Não há dúvida que era uma homenagem ao homem do realejo que depois de tocar alguma velha música, abria a gaiola do periquito (algumas vezes papagaio), sob a qual havia uma gaveta com papéis dobrados. Em troca de um pagamento, o homem do realejo batia com o dedo na cabeça do pássaro e este, mais do que rápido, tirava a sorte. Era o homem que vendia um pouco de sonho. Hoje ainda existem alguns, espalhados por este grande Rio de Janeiro.
O progresso


Mas o progresso é, realmente, o grande inimigo dos vendedores ambulantes, pior ainda do que a fiscalização (o rapa). O geleiro, por exemplo, que antes passeava pela cidade com a sua bicicleta, já não tem muito o que fazer; as geladeiras elétricas estão lhe tirando o pão de cada dia. Os sorveteiros não podem concorrer com os da carrocinhas. A matéria plástica suplantou o artesanato de flores de papel crepon e os seus vendedores não mais encontram com facilidade, compradores para as suas mercadorias. E assim, aos poucos, vão cedendo o seu lugar. Mas para quem os ouviu e viu, ficou a grata lembrança de seu tipo, de seu pregão.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vendedores ambulantes são a opção para os banhistas na orla sem barracas



Vendedores ambulantes com isopor foram a única opção para a cervejinha de quem resolveu aproveitar o primeiro sábado de praia após a derrubada das 349 barracas da orla de Salvador. “Nós armamos pela manhã e desarmamos pela parte da tarde. A praia fica toda limpinha”, afirma Valdecy da Silva Costa, 49 anos, que há três décadas trabalha nas areias da Barra, alugando cadeiras e vendendo água de coco, cerveja, água mineral e refrigerante, convivendo com o medo de perder o direito de vender seus produtos na praia.

A banhista Ludmila de Oliveira, 24, utiliza os serviços de Valdecy, mas alega que  a determinação judicial  pela derrubada das barracas não foi uma decisão acertada. “Isso só vai contribuir para o aumento da violência, assaltos e furtos. Sem falar que é muito ruim ir para uma praia sem estrutura”, opina.


A mesma estrutura improvisada pelos vendedores ambulantes pode ser encontrada em Amaralina, Pituba, Ondina, Buracão, Jardim de Alah, Boca do Rio,  Itapuã, Stella Mares, Praias do Flamengo e parte de Ipitanga.



Limpeza - A prefeitura continua realizando a limpeza dos  restos de madeira, plásticos, palha e  concreto que hoje ocupam o lugar das barracas na Barra, Patamares e Farol de Itapuã. Porém, a paisagem  na praia do Corsário ainda é de destruição, o que afasta os banhistas e também os vendedores ambulantes.

O turista paulista Luis Carlos  Cardoso, 46, que a três dias visita a capital baiana com a família, se diz indignado com o cenário, “essa é a primeira vez e a última que venho aqui, pois dá uma sensação de destruição e abandono”.

Em Patamares, Antonio Edvaldo Santos, 39, proprietário da barraca Luz e Mar, derrubada na terça, dia  24, assistia inconsolável o trabalho das  máquinas que limpam os escombros que sobraram do local onde trabalhou por 20 anos. “Está complicado, eu amava meu trabalho e não tenho outra profissão. Era dono de barraca e agora sou desempregado. Tenho  filho e esposa que também trabalhavam aqui. O sentimento é de revolta”, diz Antônio.

Na praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, os banhistas aproveitam o dia ensolarado para  gozar da  estrutura das únicas barracas de praia que ainda não foram ao chão após a decisão judicial. Elas fazem parte das 32 barracas salvas pela liminar emitida na última terça-feira,  pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF), em Brasília.

A liminar foi um atendimento ao recurso  solicitado pela  prefeitura de Lauro de Freitas na segunda-feira, dia 23, quando a prefeita Moema Gramacho havia conseguido negociar  mais um dia de prazo aos barraqueiros. A liminar  está com o mérito pendente de julgamento.
Vendedores ambulantes
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Street VendorsEm todo o mundo, uma grande e talvez crescente parcela da força de trabalho informal opera nas ruas das cidades, nas calçadas e em outros locais públicos, vendendo de tudo desde produtos frescos até equipamentos eletrônicos. Definindo amplamente, vendedores ambulantes incluem todos que vendem mercadorias ou serviços em espaços públicos. Enquanto nem todos os vendedores ambulantes trabalham sem licença ou proteção legal, a maioria trabalha.
A maior parte dos negócios de rua são operações individuais que usam mão-de-obra familiar gratuita na medida da necessidade. Alguns trabalham sob o conforto de bancas cobertas; outros simplesmente se agacham ao lado de uma cesta ou cobertor exibindo sua mercadoria. No mundo em desenvolvimento, milhões de pessoas pobres que não podem comprar em estabelecimentos varejistas dependem das mercadorias acessíveis fornecidas por vendedores ambulantes. Conheça mais sobre os desafios do comércio ambulante e os esforços para organizar vendedores ambulantes. Leia m
Publicaçãoes
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Street VendorGanhar a vida como Recuperador: O papel dos recuperadores nos sistemas de gerenciamento de resíduos municipais. (Somente em Inglês).
Melanie Samson, África do Sul, 2009.

Este relatório foca nas contribuições de recuperadores (recicladores) para a sustentabilidade social e ambiental. Ele explora o trabalho realizado por recuperadores, como eles usam a recuperação de commodities do fluxo de resíduos como forma de garantir seu sustento, e como eles estão sendo afetados pelas políticas municipais de gerenciamento de resíduos.
Baixar o pdf (somente em inglês): Street Vendors in Asia : A Review (pdf 64 KB)


Street VendorComércio Ambulante na América Latina: Tendências Demográficas, Assuntos Legais e Organizações de Venda em Seis Cidades (somente em inglês)
Sally Roever, 2006

Este documento é uma resenha de assuntos relacionados ao comércio ambulante em seis grandes cidades da América Latina. Ele explora as tendências demográficas e condições de trabalho entre vendedores ambulantes, examina assuntos legais relacionados ao manejo do comércio de rua e compila informações sobre a extensão da organização entre vendedores ambulantes, com foco em sindicatos e outros tipos de associações, e suas estratégias e efetividade.
Baixar o pdf (somente em inglês): Street Trade in Latin America (pdf 352 KB)
Um camelô (português brasileiro) ou vendedor ambulante (português europeu) é o nome comum dado aos vendedores de rua do comércio informal ou clandestino, com banca improvisada, em especial nas grandes cidades.
Os camelôs são muitas vezes combatidos pelas autoridades, entrando frequentemente em conflito aberto com estas, uma vez que:
  • Vendem produtos muitas vezes contrabandeados e de qualidade duvidosa (normalmente importados da Ásia), ou então produtos piratas/falsificados, copiando marcas e mídias com direitos de autor, e em muitos casos vendem até mesmo produtos roubados;
  • Fazem mau uso do espaço público (ocupando as calçadas e atravancando a livre passagem dos transeuntes);
  • Não pagam impostos, ao contrário dos lojistas licenciados (crimes de Sonegação de Impostos e Concorrência Desleal);
  • Em alguns casos, roubam água e luz da rede pública para iluminação da sua banca ou para a produção de alimentos;
  • Atentam contra a saúde pública, quando vendem alimentos sem procedência comprovada, com prazo de validade e condições de conservação desconhecidas, ou quando vendem produtos para uso corporal falsificados que podem causar danos físicos ao consumidor.
O simples Exercício Ilegal de Profissão, sendo vendedores de produtos em via pública sem licença, já dá um instrumento ao Poder Público para a autuação e prisão.
Também são considerados um reflexo do crescimento alarmante do desemprego, embora seu modo de vida não seja considerado desemprego e sim subemprego.
A palavra é um galicismo (provém de camelot, em francês, "vendedor de artigos de pouco valor"), e muitas vezes é substituída por "marreteiro". Camelô e ambulante são sinônimos, só que a primeiro é uma denominação popular e a segundo é uma denominação da legislação, pode exercer vendas em um ponto fixo ou as exercê-las em movimento.

Caracterização de Vendedor Ambulante pela Legislação

São considerados vendedores ambulantes para os fins e efeitos de Regulamentação:
Todos aqueles que, transportando produtos e mercadorias do seu comércio por si ou por qualquer meio adequado, as vendam ao público consumidor pelos lugares do respectivo seu transito, ou seja, em movimento,
Todos aqueles que, fora dos Mercados Municipais e em lugares fixos demarcados, transaccionem os produtos e mercadorias que transportem, utilizando na venda os seus meios próprios ou outros.
Todos aqueles que transportando os produtos e mercadorias em veículos, neles efectuem as respectivas transacções, quer pelos lugares do seu trânsito, quer em lugares fixos demarcados, fora dos Mercados Municipais.
Todos aqueles que, utilizando veículos automóveis ou atrelados neles confeccionem, na via publica ou em lugares determinados, refeições ligeiras ou outros produtos comestíveis preparados de forma tradicional.

Comércio informal nas cidades brasileiras

São Paulo

O comércio informal em São Paulo se concentra nos locais onde há maior tráfego de pedestres, em especial os arredores de estações de metrô e terminais de ônibus, bem como os grandes centros de comércio popular como o Brás, o Bom Retiro e a região da rua 25 de Março. Áreas históricas da cidade como a região do Anhangabaú já foram também locais de grande concentração de comércio ambulante mas, devido a iniciativas de regulamentação das últimas gestões na prefeitura, o número de camelôs nessa área tem diminuído muito, embora ainda seja possível encontrar alguns, muitas vezes vendendo produtos piratas. Nas áreas nobres da cidade praticamente não há comércio ambulante.

Rio de Janeiro

Assim como em São Paulo, os camelôs no Rio de Janeiro se concentram nas regiões de maior tráfego de pedestres, incluindo áreas históricas e turísticas, como a região das praias.

Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, os camelôs foram retirados das calçadas e reunidos em dois grandes shoppings populares. Um é chamado Xavantes e o outro, Oiapoque (popularmente chamado shopping "Oi"). Num primeiro momento, houve divergência de opiniões entre os próprios camelôs e a população, sobre se a iniciativa daria certo ou não. Alguns dos comerciantes se revoltaram, dizendo que seriam prejudicados. Os resultados, no entanto, foram aprovados pela população em geral, uma vez que as ruas ficaram desobstruídas. As antigas barracas foram transformadas em pequenas lojas.

Curitiba

O comércio ambulante em Curitiba foi alocado nas chamadas Ruas da Cidadania, que são espaços fechados onde há grande concentração de serviços. Fora desses lugares, há pouco comércio ambulante, praticamente restrito a algumas poucas ruas do centro histórico e nos bairros periféricos.

São José do Rio Preto

Em São José do Rio Preto, cidade do interior paulista, a localização do comércio se concentra em praça pública no centro da cidade. Os camelôs negociam uma grande variedade de artigos, de várias origens, principalmente produtos provenientes do Paraguai e São Paulo. Há um projeto da prefeitura, em andamento, em que se construirá um shopping popular para que esses trabalhadores possam deixar de ser informais.