Vendedores ambulantes são a opção para os banhistas na orla sem barracas
Vendedores ambulantes com isopor foram a única opção para a cervejinha de quem resolveu aproveitar o primeiro sábado de praia após a derrubada das 349 barracas da orla de Salvador. “Nós armamos pela manhã e desarmamos pela parte da tarde. A praia fica toda limpinha”, afirma Valdecy da Silva Costa, 49 anos, que há três décadas trabalha nas areias da Barra, alugando cadeiras e vendendo água de coco, cerveja, água mineral e refrigerante, convivendo com o medo de perder o direito de vender seus produtos na praia.
A banhista Ludmila de Oliveira, 24, utiliza os serviços de Valdecy, mas alega que a determinação judicial pela derrubada das barracas não foi uma decisão acertada. “Isso só vai contribuir para o aumento da violência, assaltos e furtos. Sem falar que é muito ruim ir para uma praia sem estrutura”, opina.
A mesma estrutura improvisada pelos vendedores ambulantes pode ser encontrada em Amaralina, Pituba, Ondina, Buracão, Jardim de Alah, Boca do Rio, Itapuã, Stella Mares, Praias do Flamengo e parte de Ipitanga.

Limpeza - A prefeitura continua realizando a limpeza dos restos de madeira, plásticos, palha e concreto que hoje ocupam o lugar das barracas na Barra, Patamares e Farol de Itapuã. Porém, a paisagem na praia do Corsário ainda é de destruição, o que afasta os banhistas e também os vendedores ambulantes.
O turista paulista Luis Carlos Cardoso, 46, que a três dias visita a capital baiana com a família, se diz indignado com o cenário, “essa é a primeira vez e a última que venho aqui, pois dá uma sensação de destruição e abandono”.
Em Patamares, Antonio Edvaldo Santos, 39, proprietário da barraca Luz e Mar, derrubada na terça, dia 24, assistia inconsolável o trabalho das máquinas que limpam os escombros que sobraram do local onde trabalhou por 20 anos. “Está complicado, eu amava meu trabalho e não tenho outra profissão. Era dono de barraca e agora sou desempregado. Tenho filho e esposa que também trabalhavam aqui. O sentimento é de revolta”, diz Antônio.
Na praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, os banhistas aproveitam o dia ensolarado para gozar da estrutura das únicas barracas de praia que ainda não foram ao chão após a decisão judicial. Elas fazem parte das 32 barracas salvas pela liminar emitida na última terça-feira, pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF), em Brasília.
A liminar foi um atendimento ao recurso solicitado pela prefeitura de Lauro de Freitas na segunda-feira, dia 23, quando a prefeita Moema Gramacho havia conseguido negociar mais um dia de prazo aos barraqueiros. A liminar está com o mérito pendente de julgamento.
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