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terça-feira, 13 de março de 2012

Ambulantes invadem as calçadas - Fortaleza CE




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O maior motivo de reclamação dos permissionários é a concorrência desleal
FOTOS: RODRIGO CARVALHO
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Segundo as informações da Associação dos Lojistas do Mercado e dos permissionários, só os agentes da Secretaria têm fiscalizado o local e essas ações não são suficientes para conter a atuação dos vendedores ambulantes no local
Permissionários do Mercado Central ameaçam recorrer ao Ministério Público para resolver a situação
De quarta para quinta-feira e aos fins de semana, o calçadão do Mercado Central de Fortaleza, no Centro, é tomado por vendedores ambulantes, que comercializam produtos com preços bem competitivos, no máximo a R$ 10,00 - desde calças a saídas de banho - o que vem prejudicando as vendas dos lojistas do mercado e o acesso a esse.

A movimentação começa bem cedo, na verdade durante a madrugada, quando os comerciantes autônomos já definem seus pontos e estacionam os carros, que servem de lojas para expor os produtos.

O vendedor Francisco Ribeiro, de 61 anos, conta que às 3horas já está em frente ao Mercado com suas sacolas abarrotadas de produtos para vender. "Esse é o melhor horário, pois é quando os fiscais da Prefeitura não estão atuando, então a gente pode vender tranquilamente, sem precisar ficar de um lado para o outro", explica.

Para os consumidores, que por ali passam com destino ao mercado, o incômodo se dá com relação ao tráfego de veículos, que fica prejudicado devido às filas duplas de carros na via.

"Venho aqui constantemente, chego bem cedo, mas passar de carro por aqui é complicado, então eu me obrigo a estacionar o carro bem longe e caminhar até aqui. O problema é a volta, com um monte de sacolas. É impossível não comprar muito, com um preço desses", explica, aos risos, a comerciante Márcia Marques, de 40 anos.

Já para o presidente da Associação dos Lojistas do Mercado Central (Almec), Juarez Gonçalves Elias, a situação não é nada confortável, muito pelo contrário, é desesperadora. "As vendas têm caído bastante, e já não temos a quem recorrer", conta.

A fiscal do mercado, Ivone Ferreira, conta que os feirantes bloqueiam as entradas do mercado, impedindo, assim, que carros e pedestres tenham acesso ao local. "Em janeiro foi bastante complicado, pois era todo dia, agora também está ruim, porque não tem fiscalização alguma, nem da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania de Fortaleza (AMC) e muito menos dos serviços urbanos. Então fica só a gente aqui para dar conta do recado", desabafou Ivone Ferreira.

O responsável pela Almec conta que os mais prejudicados são os permissionários que vendem confecção, pois a maioria dos feirantes vendem esse tipo de produto e não dá para concorrer.

"É complicado, pois é uma concorrência desleal, eles não pagam aluguel nem impostos e, com isso, podem praticar preços menores. Enquanto a gente não, muitos lojistas estão prejudicados, alguns não têm conseguido honrar seus compromissos", diz.

Juarez relata que já entrou em contato com a AMC e com a Secretaria Executiva Regional do Centro (Secerfor), porém nada ainda foi feito.

"Já tivemos reuniões com o vereador Acrísio Sena, Sercefor, AMC e Guarda Municipal. Eles ficaram de fazer um planejamento, mas nunca dá certo. Eu sugeri que, já que Fortaleza tem tanto problema de feirantes e ambulantes, fosse criado um departamento para resolver essa situação sozinho", explicou.

Ele justifica a criação de um departamento exclusivo para o caso dos feirantes devido à inexistência de ações conjuntas dos órgãos municipais.

"O que acontece hoje é o seguinte: A AMC tira o carro, mas ficam as pessoas. Depois tem que vir os fiscais da Sercefor para tirar esse pessoal, mas precisam do apoio da Guarda Municipal. Então, se os três não estiverem juntos, a coisa não funciona e fica a mesma desordem".

Atualmente ele conta que somente os fiscais da Sercefor têm atuando no local, porém não é suficiente. "Com a greve da AMC, tudo piorou. O que sobra para o Mercado é sujeira e insegurança, pois eles usam o equipamento como ponto de apoio".

Medidas
O presidente da Almec conta que, caso a situação não mude, e os órgãos responsáveis pela fiscalização não tomem providências ele irá recorrer ao Ministério Público (MP-CE), "afinal essa reclamação é de todos os permissionários do Mercado, que estão sofrendo com a situação".

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1108852

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