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Com a lotação, frequentadores reclamam da desorganização e da sujeira, enquanto os lojistas se queixam da concorrência desleal Foto: Alex Costa
Os camelôs comercializam, principalmente, roupas e calçados. "É o jeito. A gente tem que ganhar a vida e não pode ficar muito afastado do Centro", justifica José Francisco da Silva, que utiliza, além da lona no chão, manequins com exposição das confecções. Para ele, é natural a ocupação da praça. "A gente está aqui e quero ver quem vai tirar", desafia.
Reclamação
A dona de casa Rosemary Cavalcante reclama e lamenta a ocupação sem que fiscais da Prefeitura tivessem coibido. "É uma pena ter um equipamento desses entregue ao deus-dará. Pensei em trazer a minha irmã, que vem do Maranhão, para mostrar o Centro da cidade, mas não tenho coragem", desabafa.
O pedreiro Francisco Deusimar Ferreira não critica a invasão, mas reclama dos ambulantes com relação à sujeira. "Eles jogam tudo no chão e a imundície vai aumentando. É triste".
De acordo com o taxista José William Moura, a ocupação já vinha sendo observada desde o início de novembro, sempre nos fins de semana, mas, no sábado, a situação piorou muito. "Sem a ação dos fiscais, eles foram se chegando e ficando. Agora, acho difícil retirá-los daqui", diz.
Os lojistas das imediações também criticam e se dizem mais prejudicados ainda. "Trabalho numa loja bem em frente à praça e a concorrência desleal tira nossa freguesia e afasta outros que não querem vir para um Centro entregue a Deus", lamenta o gerente de loja que preferiu não se identificar.
A titular da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor), Luciana Castelo Branco, confirma que tomou conhecimento da ação dos ambulantes e acrescenta que, somente ontem (sábado), recebeu mais de dez telefonemas de pessoas alertando para o fato. Ela também informa que estuda as providências a serem tomadas num breve espaço de tempo.
Operação
Em janeiro de 2009, atendendo à recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPE) - que solicitaram a liberação da praça para a população - foi realizada uma operação da Prefeitura, com apoio da Polícia Militar e pelotão especial da Guarda Municipal, que retirou os ambulantes do logradouro.
A ação teve início na madrugada, e reuniu 150 guardas municipais, incluindo o Pelotão de Ponto Emprego, armados com escudos, spray de pimenta, capacetes especiais e cassetetes.
Participaram também da operação, 90 fiscais da Secretaria Executiva Regional II, 20 agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), 15 agentes da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e 70 garis da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb).
LÊDA GONÇALVESREPÓRTER
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